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Campanha recolhe relatos de violência de gênero sofrida por defensoras

Na última semana, durante o XV Congresso Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (CONADEP), a “Campanha Permanente contra a Violência Política e Institucional de Gênero nas Defensorias Públicas” – projeto que reúne defensoras das cinco regiões do País – recebeu destaque e foi apresentada aos participantes. A campanha aborda a violência de gênero dentro das defensorias e o machismo institucional que as profissionais enfrentam.

A campanha aproveitou o momento para lançar um canal na internet com um formulário onde qualquer defensora pode relatar, de forma totalmente sigilosa, algum caso de violência de gênero (acesse o link). Também lançaram um vídeo sobre o tema.

 

A presidenta da ADEPAR, Jeniffer Scheffer, entrevistou a defensora pública do Paraná, Thaísa Oliveira, que faz parte do grupo que encabeça o projeto. Confira:

Conta pra gente de onde surgiu a ideia de fazer este movimento, com este grupo de profissionais, para trazer luz a esta questão dentro das defensorias.
Essa prática surge depois de um acontecimento na defensoria pública do Paraná com uma candidata ao cargo de defensora pública geral. A partir daí, começamos a nos mobilizar em vários estados, por intermédio também da coletiva das defensoras públicas do Brasil. Começamos a pegar relato de mulheres que estão ocupando cargos de poder na instituição, ou defensoras públicas gerais, ou presidentas de associações, ou outras mulheres que já passaram por estes espaços, e a gente se acolhe e começa a colher experiências, de como estas mulheres passaram por estes espaços e de como elas saíram deles, o que é muito importante, porque invariavelmente elas saem com relatos de violência política institucional de gênero.

E depois que lançaram este instrumento de colheita de depoimentos, você consegue mensurar quantas defensoras públicas até hoje já procuraram vocês, ou uma ideia pra gente saber de quanto disso tem aparecido na nossa instituição.
A gente tem um contato muito próximo com as mulheres diplomatas e elas que nos deram essa luz de fazer um formulário, coletar dados internamente, e, no caso delas, elas receberam em menos de 48 horas mais de 100 relatos. Foi uma coisa super bombástica. Então a gente está esperando mais ou menos esse tipo de repercussão na carreira, porque a nossa carreira é maior que a carreira das diplomatas. Depois de recolherem os relatos, foram pensar em alternativas e métodos para tentar combater e, antes disso, prevenir também a violência de gênero na instituição. No nosso caso, o formulário foi distribuído logo depois da prática, então ainda não temos um número exato.

A apresentação da prática durante o CONADEP também falou sobre um estudo, um levantamento que foi feito por vocês, com uma empresa contratada para levantar como a prática do machismo se dá dentro das defensorias. Fale um pouco sobre isso.
A gente contratou o Instituto Alziras. Quem nos auxiliou foi a advogada Roberta Eugênio. Nossa ideia inicial sempre foi demonstrar que isso é uma questão sistemática, não é pontual, e que existem estudos sobre isso. Porque sempre quando a gente fala sobre violência de gênero a gente cai em achismos, a gente cai em casos pontuais, e a gente quis trazer uma coisa acadêmica, uma pesquisa, pra mostrar que isso tem acontecido em vários lugares, com métodos muito semelhantes e que refletem uma postura, uma conduta nestes espaços de poder com a presença feminina.

Vocês apresentaram a prática e distribuíram o formulário para as defensoras no Congresso. O que vocês esperam que elas façam com isso, que apresentem seus depoimentos? E o que vocês vão fazer com este material depois?
A gente acha que falar é um primeiro passo muito importante, que representa um processo de cura individual mesmo. É o início de um processo de cura dessa mulher, porque quando você consegue verbalizar, você já está conseguindo se auto curar daquilo que aconteceu. E a ideia – porque a gente não tem nem condição de dar apoio individual, seja psicológico, seja jurídico – é coletar dados e, com estes números, pensando no futuro, criar um observatório de violência de gênero nas instituições, e pensar em conjunto, mecanismos pra gente enfrentar essa violência dentro da nossa instituição.

Obrigada, Thaísa. Faço um apelo às defensoras públicas do Estado do Paraná que sofreram ou sofrem algum tipo de violência de gênero institucional, seja em cargos de chefia, seja na sua atuação diária, que relatem estes episódios no formulário criado pelo movimento, para que possamos mapear essas situações, e com isso criar mecanismos para evitar que isso volte a acontecer.

XV CONADEP encerra com palestra dos ministros do STJ e STF

Mais de 1000 participantes acompanharam a solenidade de encerramento do XV Congresso Nacional das Defensoras e Defensores Públicos, nesta sexta-feira (11/11), no Teatro Rio Vermelho, do Centro de Convenções de Goiânia.

A cerimônia contou com a participação do ministro do Superior Tribunal de Justiça Rogerio Schietti Cruz e da ministra Cármen Lúcia, por videoconferência. O painel contou também com a participação da presidenta da ANADEP, Rivana Ricarte, e do presidente da AGDP, Allan Joos.

Painel III: “O fechamento dos espaços cívicos no Brasil e o papel da ANADEP” – Relato: Presidenta da Adepar Jeniffer Beltramin Scheffer
Palestrante: Joel Hernandez
Membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, diz-se estar muito honrado em participar de um evento tão importante para a defesa dos direitos humanos.
O propósito da Comissão é aplicar as medidas para os estados observarem sobre a proteção os defensores de direitos humanos. Desde sua criação a comissão tem como função principal a observação da defesa dos direitos humanos. Indivisibilidade e interdependência dos direitos humanos são marcos importantes para a manutenção da democracia, porém, quando os estados americanos adotaram a carta interamericana, assumiu-se a democracia representativa como forma de se alcançar a paz, o pleno exercício de direitos humanos. Não há democracia sem Direitos Humanos.
A comissão destacou a importância de investigar os atos de violência a constituir ferramentas para investigar, punir e restituir atos de violação de direitos humanos. Em particular, a importância das investigações serem breves e imparciais, principalmente quanto a defesa de meio ambiente e terra. Observa que o acesso à justiça e impunidade é um desafio pendente para o Brasil.
Reconhece a defensoria do brasil. Órgão de defensores e defensoras forte, solido e consolidado, funcionamento independente e autônomo, exemplo a seguir em outros pais.

Palestrante: Silvia Souza
Relacionou os desafios de superação dos retrocessos no fechamento dos espaços cívicos de participação democráticos. Locais estes de defesa dos direitos humanos, e não há democracia sem direitos humanos. Falou sobre os espaços colegiados. Instituições de participação hibrida, onde há partilha do poder decisório de políticas públicas. O fechamento destes espaços, deu-se nos primeiros atos do governo atual nefasto. No início de 2019, houve o mote 100 dias e 100 medidas que estabeleceram o paradigma deste governo, uma desta medidas foi o fechamento dos conselhos de participação social, tudo que havia no âmbito das autarquias e administração pública federal. O decreto 9759/2019 revogou os conselhos, espaço de participação democrática, a política nacional de participação social. O decreto de 2014, que definiu conselho de políticas públicas, temática e permanente, o dialogo entre sociedade e governo para a participação, foi revogado, e simbolizou fechamento de espaços importantes. Em abril de 2019, o decreto previu 45 dias para fechamento do conselho nacional de segunda alimentar, politica indigenistas, lgbtqia+, pcd.
Hoje temos os reflexos e concretos dos efeitos desta política antidemocrática e participação da sociedade.
Lembrou que o racismo cientifico, teorias das raças do final do século 18 e início 19, afirmava um modelo capitalista de sociedade, aproximação do ser humano do estereótipo eurocêntrico. Não apenas na aparência estética, mas quanto mais próximo do estereótipo mais divino, de fundo religioso, quanto mais distante, menos detentor de humanidade, teoria esta que fundamentou escravização de pessoas negras, extermínio de povos indígenas, no brasil e na américa latina.
Trazer um ponto importante da participação das associações das defensorias e das defensorias públicas. Lembra do estrangulamento das organizações de movimentos sociais, fiscalizações desarrazoadas, multas, critérios rígidos. E essa é uma ferramenta violenta contra a participação social, criminalização de lideranças, moradia e outras.
Determinante para a sobrevivência, existência e resistência dos direitos humanos, a defensorias e o trabalho da ANADEP, deve continuar e construir pautas essenciais, porque este período de autoritarismo que está acabando, gratidão. Principalmente por construir coletivamente. O coletivo é a participação democrática que constrói mudança e democracia.

Palestrante: Leonardo Santana
Dividiu a palestra em dois momentos: conjuntura legislativa e advocacy – incidência política no congresso.
Rede é uma coalizão de 9 organizações de direitos humanos que atuam contra o encarceramento em massa, pela democracia e contra o racismo. Advocacy no legislativo nacional. Neste período identificamos que o sistema de justiça criminal e propostas de alteração legislativa são a porta para a fragilização da democracia, propostas para enfraquecer garantias, primeiro a justiça criminal e espalhando para a vida civil.
Votamos lei de terrorismo – demanda internacional para legislar sobre terrorismo, por conta da copa, etc. Neste momento, que muitas propostas vieram pra criminalizar movimentos sociais, a lei com salvagarda para movimentos sociais, por trabalho de várias entidades fazendo advocacy no legislativo federal. Só que quando a lei foi aprovada com a salvaguarda outra enxurrada de projetos foram para ampliar o escopo da lei, para abarcar ações contra os movimentos sociais.
Nos últimos 4 anos, tivemos um governo que declarou que organizações como inimigos do governo. Vigilantismo muito grande, organismo dentro do executivo para monitoramento, o Pegasus.
Queremos fazer mais, queremos que mais organizações possam participar. Mas a participação depende de muito investimento, não pode ser voluntário, tem que ter gente contratada em Brasília pra acompanhar este processo. Aí encontramos a ANADEP e nos identificamos imediatamente. O trabalho da ANADEP no advocacy é fantástico, também pelo peso institucional de vocês. A ANADEP é muito forte e deve continuar firme e forte.

Palestrante: Rita Lima
Iniciou sua fala ressaltando fomentar evento associativo, depois de um período pandêmico, como membra da comissão cientifica reafirma o compromisso político enquanto grupo. Porque estamos aqui, porque ANADEP existe, ela serve aos defensores e defensoras públicas do Brasil.
Ela ia falar sobre o trabalho de articulação, mas isso está no relatório da AGE, então ela mudou a sua fala. Agradeceu todos e todas que vieram antes, que pavimentaram o espaço da ANADEP, as que falaram antes e que inspiraram.
Olhar pra frente, resgatar o que vivemos no período, pensando com proposito os nossos desafios, mas também o que queremos diante deste desafio, e nosso papel dentro desta democracia em construção.
Fez um resgate básico de tempos de escola, pesquisando nos sites de ensino médio, e percebeu que ainda há um discurso no sentido de que a democracia brasileira teria começado com a constituição da república. Lembrou do papel dos republicamos de ocasião, revoltados da escravidão, pessoas ressentidas que perderam direito de serem proprietários de outras pessoas.
Lembrou que a escravidão é pilar de sustentação da sociedade brasileira e do império brasileiro. Democracia de forma real é participação do povo na participação das decisões do povo. Democracia aqui não foi implementada, pois muitos ainda seguem excluídas do processo democrático.
Que diferença essa primeira constituição federal fez na vida dos povos excluídos da democracia? Essas pessoas sequer foram tidas como humanas. Até hoje a democracia não chegou para grande parte da população brasileira.
Desde que assumimos a diretoria da ANADEP, e antes disso, temos feito um trabalho de resistência para manutenção de regras mínimas de funcionamento de democracia e serviço público. Vários foram os ataques a serviços básicos para a população. Rumo a expansão democráticas, para reduzir desigualdades sociais. Somos exemplo para outros países, somamos força com movimentos sociais. Irmanados na missão tão nobre eu tenho muito orgulho de estar ao lado de vocês.

Mesa de encerramento – “Defensoria Pública, futuro e democracia” – Relato: Ana Caroline Teixeira
Ministra Carmem Lucia
Fala inicial ressaltando a importância da Defensoria Pública na garantia de eficácia dos direitos fundamentais. Expôs que o acesso à justiça é direito a ingressar com a ação, obter a decisão favorável e obter a eficácia da decisão.
Destacou que o volume de HCs impetrados pelos defensores e que não haveria ampla defesa sem os defensores.
Na pandemia expôs que se verificou a grande atuação das Defensorias na defesa do direito à saúde; assim como nas eleições, atuação para garantir direitos políticos.
Destacou sobre o uso das tecnologias, como pode facilitar o acesso à justiça, facilitar em atos que demandam deslocamento, mas que isso não pode significar um distanciamento do juiz do jurisdicionado e da ausência do defensor do assistido. Logo, as tecnologias devem acrescentar o trabalho, para torna-lo mais eficaz, mas que não poder substituir o olhar humanos. O acesso à justiça necessita de mais humanidade, não mais tecnologia, já que vivemos uma fase em que após atingir marcos civilizatórios, voltando a linchamentos.
A comunidade jurídica tem que repensar o ensino jurídico, haja vista que nas cadeiras das universidades se ensina a recorrer, litigar, muito mais que achar soluções pacíficas para os conflitos.

Ministro Rogério Schietti
Iniciou falando sobre a democracia.
Poder punitivo minimizado, liberdades e garantias expandido representa os pilares do devido processo legal. O Processo Penal brasileiro atual caminha para firmar-se como um processo penal democrático.
Nossa história é permeada pelo autoritarismo. Tivemos um início privatizado, de criação e manutenção de privilégios, de ausência da academia, que teve seu início muito atrasado na América Latina, de modo que a formação do jurista era europeia. Essa formação europeia que criou nosso sistema de justiça elitista. Fomos o ultimo pais das américas a abolir a escravidão.
Não obstante, atualmente existe uma titularidade do direito de acionar a jurisdição e obter um provimento jurisdicional. Ao jurisdicionado importa saber que o processo será conduzido pelo juiz, promotor e defensor com a singularidade que ele detém, conduzido pelo princípio da presunção de não culpabilidade.
Apontou que nosso sistema de justiça está muito avançado em alguns aspectos, como na publicidade, como os debates públicos e transmissão das sessões na internet; na necessidade de motivação dos atos decisórios; acesso à jurisdição ampliado, sendo a Defensoria Pública fundamental nesse processo.
Destaca a importância de coletivizar algumas demandas, inclusive pelo HC coletivo que tem resistência por alguns julgadores.
É necessário assegurar que cada preso tenha impresso seu decreto prisional.
A pandemia trouxe algumas questões, como a comodidade de julgar de forma remota. A tecnologia, por um lado, impõe maior compromisso com as atividades externas. No entanto, traz distanciamento do jurisdicionado. Atualmente, há juízes fora das comarcas que atuam e que resiste a voltar às suas comarcas, razão pela qual o CNJ deu o prazo de 60 dias par regularização da situação.
Duração razoável do processo: direito do acusado de ter sua demanda julgada no prazo razoável, assim como da sociedade de ter as demandas julgadas em prazo razoável. As condenações do Brasil na CIDH são em sua grande maioria por violações desse princípio.
Em sua história profissional, atuou como defensor, promotor e juiz, o que lhe trouxe um olhar diverso e sensível na atuação hoje.
Para ocupar esses espaços, deve-se gostar de gente é atuar com humanidade.
Expôs que a seu ver o maior defensor público da história precede à Defensoria Pública, sendo Luiz Gama, que foi escravizado e responsável pela liberação de mais de 500 pessoas.
Em um estado democrático que o que importa é o estado da lei, não estão dia homens. O processo penal é fruto da civilização e deve conter a barbárie.
Num estado democrático, cabe ao direito o papel de regularizar as relações entre indivíduos; entre indivíduos e estado; e entre cidadãos, cabendo dar voz aos silenciados.
Cabe à Defensoria Pública a missão e dar voz aos silenciados.

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Especialistas debatem mudanças de paradigmas no acesso à justiça a partir do uso da tecnologia

A programação desta quinta-feira (10/11) do XV Congresso Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (CONADEP) começou com o painel “Democracia e novas tecnologias: avanços e retrocessos para acesso à justiça”.

O debate contou com a participação de Felipe Freitas, doutor em Direito; Lafaete Pankararu, líder indígena; Tainá Junquilho, doutora em Direito (inteligência artificial); e Bianca Kremer, doutora em Direito. A defensora pública de Rondônia Débora Machado presidiu a mesa e a relatoria ficou com o defensor público de São Paulo Rafael Galati (DPE-SP).

Palestrante: Felipe Freitas – Relato: Defensor Público Renato Martins de Albuquerque
Democracia como mãe da Defensoria.
Reflexões sobre os desafios no campo da justiça criminal e segurança pública sob um viés democrático. Excesso de divergências para construção de uma agenda comum democrática. Pouca capacidade de absorção dos aprendizados oriundos da experiência, diversamente do que ocorre em outras áreas do saber (ex: uso de remédios eficazes): encarceramento em massa (é ineficaz, porém, não conseguimos pensar em outra medida eficaz; resistência à inovações efetivas e a outras tecnologias).
Manutenção do paradigma do encarceramento. A tecnologia utilizada na segurança pública continua orientada pelo viés do encarceramento em massa e como mera solução inefetiva procedimental.
Debate sobre o uso da tecnologia deve ter um viés critico, pensado em superar o paradigma da excessiva punição, deslocando-se para o do foco em cidadania e direitos humanos.
Processo penal democrático, trazendo a desigualdade para o centro do debate, atualizando o compromisso com os direitos humanos e com a vida.
Palestrante: Lafaete Pankararu – Relato: Ana Luiza Imoleni Miola
A internet é um bem da humanidade? Sim. Mas por que poucos tem acesso a ela?
Os povos originários tem sofrido muito. Governo disse que liberou verba para informatização das escolas indígenas, quilombolas, pobres, ribeirinho. Mas está somente no papel. É preciso garantir que a internet chegue a toda a sociedade, que é um bem da humanidade.
A internet deve ser funcional. Tanto para quem mora no centro urbano, zona rural, beira rio e nos locais mais distantes.
A tecnologia aproxima a defensoria, a justiça das comunidades. Mas, o contato para essas comunidades é mais importante. É necessário que os defensores vão até a comunidade.
ADPF 709- indígenas foram considerados grupo prioritário para vacinação. Mas, não foi simples, tiveram que ingressar com várias ações para garantir o cumprimento dessa decisão. Principalmente, com relação aos indígenas não aldeados. A prioridade veio de estudo cientifico dizendo que o indígena era mais vulnerável, independente da localidade onde mora.

Palestrante: Tainá Aguiar Junquilho – Relato: Ana Luiza Imoleni Miola
Sociedade da informação: produção de dados. Dados são o novo petróleo. Variedade de dados, velocidade de produção, veracidade, viralização. Caracterizada por tecnologia de informação e comunicação (TIC)- baseada em dados e na internet.
Vivemos num contexto de 4 revolução industrial. Caracterizada pela realidade virtual, impressão 3D, inteligência artificial.
Acesso à justiça: promoção de transparência, acesso à informação, linguagem mais clara, eliminação de barreiras arquitetônicas, eliminação de distância física.
Inclusão digital: pec 47 constitucionalização da inclusão digital. Atualmente, não está textualmente na constituição, mas ela já é uma política pública. Ela é pressuposto para o exercício de diversos direitos e garantias fundamentais. Ex. pandemia- saúde, cultura, lazer virtual.
Lei de governo digital: domicilio digital.
Novas tecnologias e acesso à justiça: em 2018 primeiro projeto de inovação digital Projeto Victor (inteligência artificial).hoje mais de 44 tribunais brasileiros já aplicam algum tipo de inteligência artificial.
Inovação das defensorias: acre foi premiado com mecanismo de peticionamento automatizado em execução penal. Dpe bahia agendamento online, DPE SP atendimento virtual, Luna no Tocantins.
Desafios: promoção de acesso ao justiça, que é o objetivo da tecnologia; estruturação de dados; conseguir a inclusão digital dos assistidos; cultura da inovação (aceitar e treinar os servidores); criação de ferramentas inclusivas; sobrecarga de trabalho.
Pressupostos: design ético; segurança; proteção dos direitos humanos; transparência; qualidade dos dados; não discriminação; qualidade; controle dos usuários.
Tecnologia é uma ferramenta para auxiliar no acesso à justiça.

Palestrante: Bianca Kremer – Relato: Leonardo de Aguiar Silveira
Racismo algorítmico e suas influências sobre o exercício de direitos fundamentais no Brasil
Isaac Asimov escreveu “Eu, robô”, clássico da ficção científica dos anos 1950 em que pela primeira vez se falou sobre inteligência artificial. Define três leis da robótica na literatura, porém cabe questionar se os robôs da vida real violam tais regras atualmente, em especial de não ferir humanos.
Experimento de criação de robô para aprender a conversar com os usuários do Twitter. Em um dia estava reproduzindo frases racistas e preconceituosas. Google também é um robô de buscas. Já fizeram se apurou que, por exemplo, fazer busca sobre meninas negras retorna pornografia; buscar por estilo de professor, apresenta homens brancos europeus; busca de cabelos não profissionais para trabalhar mostra mulheres negras, enquanto procurar cabelos profissionais para trabalhar retorna mulheres brancas e loiras.
Quando se colocavam fotos no Google Fotos, sem avisar as pessoas o sistema começa a tagear as imagens e treinar o reconhecimento das imagens. Um casal de senegaleses foi classificado como imagem de gorilas.

Justiça criminal preditiva: proposta de prevenir crimes por meio da medição de fatores de risco. Na prática, o sistema Compass apresentava fatores de maior ou menor risco de maneira racista.
Algoritmos são sequências de instruções que comandam o computador. Busca automatizar ações.
Linkedin removeu anúncio de vaga prioritária a pessoas negras e indígenas, classificando como racista. Porém ações afirmativas promovem a igualdade.
Aplicações práticas da discussão:
Moderação de conteúdo e direito de acesso ao conhecimento de como funcionam os algoritmos. A LGPD permite que se pessoas forem discriminadas por algoritmos possam acionar a plataforma para repararem, debatendo responsabilidade civil.
Reconhecimento facial para fins criminais. Estudo apontou que 90% das pessoas presas eram negras.
Pontuação de crédito: já é uma realidade e impede acesso a produtos e serviços para populações vulneráveis, em especial acesso ao crédito que é algo essencial para o desenvolvimento em nossa sociedade capitalista herdade.
Desafios para 2023 e 2024. ADI 6387 reconheceu dados pessoais como direitos fundamentais no país. A palestrante participa de observatório da aplicação da LGPD pelos tribunais. Atenção com decisão recente que autorizou o compartilhamento entre os órgãos do poder público das informações do cadastro base de dados dos cidadãos, sob a justificativa suposta de melhorar a prestação de serviços públicos.

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XV CONADEP: primeiro painel aborda impacto das soluções alternativas de conflitos na Defensoria

O “Acesso à justiça e soluções alternativas de conflitos” foi tema do primeiro painel do XV Congresso Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (CONADEP). O evento é uma realização da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (ANADEP), em parceria com a Associação Goiana das Defensoras e Defensores Públicos (AGDP), até 11 de novembro.

O debate contou com a participação de Juan Carlos Vezzulla, psicólogo e professor da Faculdade de Psicologia da Universidade del Salvador, da Argentina. Para contribuir com os debates e ressaltar a atuação da Defensoria Pública em cada região, houve a participação das defensoras públicas Débora Cunha (Piauí), Juliana Oliveira (Pará) e do defensor público do Rio Grande do Sul, Sérgio Nodari Monteiro. A vice-presidenta administrativa da ANADEP Juliana Lintz foi a presidenta da mesa e o relator foi o defensor público de Goiás Rafael Brasil.

BOLETIM CONADEP – DIA 2

Palestrante: Juan Carlos Vezzulla – Relato: Defensor Público Renato Martins de Albuquerque
O palestrante abordou a necessidade de conhecer as caraterísticas do público que a Defensoria atende para que se possa promover uma atuação emancipatória, estimulando a educação em direitos do assistido para sua autogestão, tanto no campo direito, quanto em outros da vida prática.
Nesse viés, lembrou que as leis servem para o exercício dos direitos e que as pessoas precisam, primeiro, saber quais são esses direitos, caminhando, a partir dai, para a plena autogestão de suas vidas.
É preciso descontruir o mito da incapacidade (ou da menor capacidade) da pessoa em situação de vulnerabilidade, pois, todos, tem a potencial de se autogerir se direcionados corretamente para tanto. E para isso, deve-se focar na necessidade da pessoa e não somente na letra fria da lei, lembrando que existe o mundo da vida real e o teórico, sendo necessário o equilíbrio entre ambos para realmente se efetivar o acesso à justiça.
Foco da palestra: emancipação e incentivo à auto gestão do usuário da Defensoria; desconstrução do mito da incapacidade do pobre/vulnerável; acesso efetivo à justiça no plano real, empírico.

Palestrante: Débora Cunha – Relato: Presidenta da ADEPAR Jeniffer Beltramin Scheffer
CONSTELAÇÃO FAMILIAR NO SISTEMA DE JUSTIÇA entrou em 2012 – entrou no judiciário sem muitos questionamentos. Existe uma resistência da psicologia sobre a pratica. Pessoas estão procurando psicologia e psiquiatria por traumas causados pela constelação familiar. É uma teoria dialetalmente oposta aos princípios da defensoria pública. É patriarcal, misógina, machista. É uma teoria não científica, baseada no místico, sem prova alguma da sua efetividade. Fundamentada em ordens do amor, leis sistêmicas, lei do pertencimento, vários problemas podem se apresentar: pai tem poder total, precedência sobre a mulher, filho mais velho com poder sobre irmãos mais novos, ideia rígida de família. Os problemas da vida seriam desiquilíbrio deste sistema. A ideia da constelação é reequilibrar este sistema. Mortes, abortos e outras questões que impactam sobre as gerações posteriores. Tudo isso sem comprovação científica nenhuma.
Trazidas por um juiz da Bahia, está em 16 estados com aval do CNJ, na resolução 125, que permite meios alternativos de solução de conflitos, que abriu o campo para vários meios ingressarem no sistema de justiça. E está no sus hoje desde 2018, como algo aceitável e que funcionaria para tudo praticamente.
É DINHEIRO PÚBLICO EM PRÁTICAS SEM COMPROVAÇÃO CIENTÍFICA.
CONSTELAÇÃO FAMILIAR É UMA PSEUDOCIÊNCIA – ela faz isso muito bem, usa o termo quântico, pra engana; promessa de cura, desestimula a pesquisa, leva as pessoas a abandonar as práticas baseadas em evidência, cita-se as teorias sem referenciar, argumento de autoridade, apelo ao desconhecido, argumento dogmático, apelo à multidão. Carece de confiabilidade, que é a possibilidade de replicar os estudos.
Mesmo assim, depois de todas as críticas, Portaria n.702 do Ministério da Saúde ratificou a pratica de forma generalizada.
Relato de mulher submetida à sessão de constelação: “Me mandaram perdoar ex que me agrediu”.
Enfim, segundo a palestrante, é uma prática sem comprovação científica, com fundamento em obscuridade, e que pode causar traumas muito grandes para os participantes.

Palestrante: Juliana Oliveira – Relato: Defensora Pública do Paraná Nize Lacerda Araújo Bandeira
A palestrante Juliana Oliveira é defensora pública no estado do Pará e trabalha na cidade de Barcarena, nesse estado. Dentro do tema do Painel I: “Acesso à Justiça e Soluções Alternativas de Conflitos”, que também está inserido no macro tema do Congresso – “Defensoria Pública, futuro e democracia: superação de retrocessos e novos desafios”, trouxe para a reflexão o que ela considera como “armadilhas” nos termos de ajustamentos de conduta ambientais (TAC’s) e que terminam por prejudicar a população hipossuficiente afetada por crimes ambientais.
Para ela, os TAC’s começam a pecar quando eximem as grandes empresas de assumirem qualquer culpa pelos atos ilícitos cometidos. Além disso, como são muito abstratos, diminuem a exequibilidade desses títulos. Por fim, a terceira armadilha está na terceirização das negociações das indenizações. Assim, a reflexão que fica é se essa coletivização não acaba em verdade diminuindo o acesso à justiça de nossos assistidos.

Palestrante: Sérgio Nodari Monteiro – Relato: Defensora Pública do Paraná Luciana Tramujas Azevedo Bueno
Sérgio Nodari é coordenador da câmara de autocomposição só conflitos criminais da DPRS, que é um projeto-piloto que iniciou em março de 2022. Nos países onde a prática restaurativa está mais avançada, esta é obrigatória para alguns exemplos. Um dos maiores exemplos é a Bélgica. No Brasil como não há previsão legal, o modelo é independe é paralelo ao processo judicial. No projeto tem um defensor fonte, que alimenta a câmara com casos. O referencial é a cartilha do CNJ e isso é necessário para que o trabalho seja reconhecido pelo sistema tradicional. Hoje a chancela do projeto é dos assistidos e não para outros órgãos. Encaminhado o caso pelo defensor fonte, é a câmara que faz todo o contato e caso haja um consenso no círculo restaurativo, o caso é devolvido ao defensor fonte para usar no processo criminal como quiser. Em geral, o maior interesse é da vítima que o consenso impacte no processo. São feitos encontros de monitoramento com os envolvidos periodicamente para avaliar os casos. O objetivo não é um pedido de desculpas, uma terapia. O que temos é um ambiente neutro em que os facilitadores são desbloqueadores de comunicação, para enfrentamento de questões sensíveis. O que buscamos é promover os direitos humanos e evitar que a justiça restaurativa seja colonizada pelo sistema tradicional e se torne mais uma forma de controle social.

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Assembleia geral da ANADEP abre pré-programação oficial do XV CONADEP

A ANADEP promoveu hoje a Assembleia Geral Extraordinária. A atividade abriu a pré-programação oficial do XV CONADEP, que ocorre em Goiânia, até o fim desta semana. O encontro foi conduzido pela presidenta da ANADEP, Rivana Ricarte. A presidente da ADEPAR, Jeniffer Scheffer, estava presente.

Ponto central da AGE foi a escolha do tema da Campanha Nacional 2023. Na assembleia, a coordenadora Karyne Graziane apresentou a dinâmica sobre o processo de escolha e fizeram a explanação técnica de cada tema proposto. Ao todo, a ANADEP recebeu 20 e-mails, dos quais foram extraídos um total de seis temas. Estavam na disputa: direitos das pessoas com deficiência; saúde mental; direitos do consumidor; direitos da população em situação de rua; direito à cidade; direitos LGBTQIA+; pessoas encarceradas; e primeira infância. Após votação, a decisão recaiu sobre “Direitos das pessoas com deficiência”.

Logo após, a plenária passou para o processo de escolha da próxima edição do CONADEP, a ser realizado em 2024. O estado escolhido foi o estado da Bahia.

Durante a AGE, as defensoras e defensores públicos discutiram assuntos de interesse da categoria no âmbito jurídico e legislativo, além de pautas institucionais.

O primeiro item da programação foi o trabalho da ANADEP nas Missões de Observação Eleitoral (MOEs/TSE). Rivana Ricarte pontuou a atuação das defensoras e defensores públicos que ocorreu no primeiro e segundo turno das eleições. Em suma, o grupo observou que os(as) eleitores(as) das sessões observadas foram bastantes colaborativos(as) e não se negaram a responder o questionário aplicado, informando com franqueza as suas considerações de como enxergavam o processo eleitoral em seus mais diversos aspectos. “Foi perceptível a ampla confiança dos eleitores no processo eleitoral”, afirma o relatório preliminar encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral.

O relatório final da MOE-ANADEP será compilado com os dados do 1º e 2º turnos, e enviado ao TSE após a cerimônia de diplomação dos parlamentares, em novembro.

Em seguida, houve debate sobre o panorama da pauta legislativa, pós o segundo turno.

Sobre a pauta jurídica, a diretora jurídica Juliana Lavigne relatou sobre a tramitação da ADI 5674 (prerrogativa de foro do ES), a ADPF 1006 (mínimo existencial), bem como ações relacionadas à Defensoria Pública de Santa Catarina: ADIs 5674, 5998, 6335. Também foi mencionada a reunião com a presidenta do STF, Rosa Weber.

A presidenta da ANADEP, Rivana Ricarte, também mencionou sobre as atividades que ocorrerão em Brasília no âmbito do Bloco de Defensores Públicos Oficiais do Mercosul (BLODEPM), de 17 a 20 de novembro. Entre as atividades previstas estão: reunião do conselho na sede da ANADEP; visita ao Superior Tribunal de Justiça ao lado do Grupo de Atuação Estratégica da Defensoria Pública nos Tribunais Superiores (GAETS); e visita ao Congresso Nacional. As atividades na Argentina sobre a AIDEF também foram mencionadas.

Participaram da AGE representantes da ADPACRE, ADEPAL, ADEPAP, ADEPAM, ADEP-BA, ADPEC, ADEP-DF, ADEPES, AGDP, ADPEMA, AMDEP, ADEP-MS, ADEP-MG, ADEP-PA, APDP, ADEPAR, APIDEP, ADPERJ, ADPERN, ADPERGS, ADEPRO, ADPER, APADEP, ADEPESC, ADPESE e ADPETO.

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CONVOCAÇÃO PARA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA NOVEMBRO 2022

Baixe a Convocação em PDF.

Ficam os associados e associadas da Associação de Defensoras Públicas e Defensores Públicos do Estado do Paraná – ADEPAR convocados(as) a comparecerem à Assembleia Geral Ordinária, nos termos dos arts. 11, 12, I 1.a e 13 do Estatuto Social, a ser realizada no dia 23 de novembro de 2022, às 10h30 (primeira convocação), de forma exclusivamente virtual, com link que será enviado na lista do e-mail institucional no momento da primeira convocação, com o objetivo de deliberar sobre a seguinte pauta:

1. Assuntos gerais;
2. Apreciar e deliberar sobre o calendário de atividades proposto pela Diretoria para o exercício seguinte, bem como apresentação do relatório de gestão de 2022.
3. Sede da ADEPAR – contratação de endereço fiscal para alteração do endereço no Estatuto, bem como manutenção da utilização de sala não específica na Sede Central da Defensoria Pública do Paraná, conforme decidido no protocolo 17.311.214-9.

JUSTIFICATIVA: A ADEPAR ingressou com pedido perante a Defensoria Pública Geral para solicitar a formalização da cessão gratuita de espaço na sede central da Defensoria Pública do Estado do Paraná, à ADEPAR, para que nela exerça suas atividades ordinárias, previstas no art. 2º de seu estatuto. Contudo, o parecer do Coordenador Jurídico da DPPR entendeu “ser vedada a
celebração de convênio com entidades privadas que tenham como dirigentes membros do poder ou da Defensoria Pública. Ainda, opinou não ser viável a transferência da posse de espaço público de uso especial a entidade privada, mesmo que de forma precária. Concluiu entendendo pela possibilidade de uso do espaço público desde que de uso compartilhado com as unidades internas e mediante o controle de agenda realizado pela autoridade detentora do espaço público.”

Assim, a decisão proferida no protocolo fora que, “considerando a análise da legalidade da possibilidade de termo de cessão de espaço, adere-se ao posicionamento da COJ, na íntegra, atestando a inviabilidade desta solução. A utilização de forma compartilhada, nos moldes apresentados no parecer, isto é, nos termos e condições apresentados pelo TCE/PR no acórdão nº 1383/12,
mediante análise de disponibilidade do local, é permitida, sendo desnecessária a formalização por meio de termo.”

Assim, estamos diante da seguinte situação: já fora aprovada em AGE realizada em 29/05/2020 a mudança de endereço estatutário para a sede da Rua José Bonifácio, 66, Curitiba/PR. Assim, entendemos necessária nova deliberação dos associados para que seja aprovada nova mudança para o endereço fiscal a ser apresentado pela diretoria no dia da AGO em novembro, para que, assim, possamos realizar a alteração no estatuto e no registro da associação.

Curitiba, 24 de outubro de 2022.
JENIFFER BELTRAMIN SCHEFFER
Presidenta da ADEPAR

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ANADEP abre canal para sugestão do tema da Campanha Nacional de 2023

Para tornar a escolha do tema da Campanha Nacional de 2023 ainda mais democrática, a ANADEP abriu um canal para que associadas e os associados, presidentes das Associações Estaduais e do DF, as Defensoras-Gerais e os Defensores-Gerais, as Comissões da ANADEP e enviem até às 12h, do dia 27 DE OUTUBRO (quinta-feira), sugestãoes de tema. Os temas são escolhidos durante as edições do CONADEP. Em 2013 ficou definido que os Congressos serão bienais. Desta forma, durante o ano que não houver Congresso, as definições sobre a Campanha ocorrerão durante as AGEs de novembro da ANADEP.

Para participar basta enviar um e-mail com a sugestão para o endereço comunicacao@anadep.org.br, com o assunto “Campanha Nacional 2023”. Cada um poderá indicar apenas um tema para a seleção. É importante que, ao indicar o tema, seja enviado também um resumo sobre o assunto com alguns dados. Isso pode ajudar na escolha do tema e pode, inclusive, balizar o desenvolvimento da campanha.

Nos últimos anos, a ANADEP lança, no mês de maio – mês da defensora e do defensor público, a Campanha Nacional. A iniciativa tem por objetivo apresentar aos diversos setores da sociedade (população, parlamentares, imprensa e outros) o papel da Defensoria Pública e o trabalho da defensora e do defensor público como agente de transformação social. A partir da escolha de um tema são desenvolvidas várias ações para trabalhar a campanha nacionalmente, como: palestras de educação em direitos, cursos, mutirões, sessões solenes e outros.

Confira o histórico:

2008: Defensor Público: Agente de Cidadania.
2009: Defensoria Pública para quem precisa – Justiça para todos.
2010: Defensoria Pública pelo direito à moradia.
2011: Defensores Públicos pelo Direito da Criança e do Adolescente.
2012: Ensinar, prevenir, conciliar: Defensores Públicos pela garantia extrajudicial dos direitos.
2013: Defensores Públicos pelo Direito de Recomeçar
2014: Defensor Público: transformando a causa de um em benefício de todos
2015: Defesas Coletivas – Defensor Público: transformando a causa de um em benefício de todos
2016: Acesso à Saúde: Garantir o seu direito é nosso maior feito
2017: Família Afetiva: Garantir o seu direito é nosso maior feito
2018: Onde existem pessoas nós enxergamos cidadãos. Defensoras e Defensores Públicos pelo direito à documentação pessoal
2019: Em Defesa Delas: defensoras e defensores públicos pela garantia dos direitos das mulheres
2021: Racismo se combate em todo lugar: defensoras e defensores públicos pela equidade racial
2022: Onde há Defensoria, há justiça e cidadania

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AGE discute eleições e campanha nacional 2023

A Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (ANADEP) promoveu, nesta quinta-feira (20), assembleia geral extraordinária. A presidenta da ADEPAR, Jeniffer Scheffer, participou do evento. O encontro foi conduzido pela presidenta da ANADEP, Rivana Ricarte, e pela vice-presidenta institucional, Rita Lima. A Associação das Defensoras e dos Defensores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul (ADPERGS) foi a anfitriã, que ocorreu de forma presencial em Gramado (RS) e online.

Durante a AGE, as defensoras e defensores públicos discutiram assuntos de interesse da categoria no âmbito jurídico e legislativo, além de pautas institucionais.

“Um dos principais temas foi o balanço da participação da ANADEP no primeiro turno das Eleições. Uma missão muitas importante que reafirmou o papel da Defensoria Pública no processo eleitoral”, contou Scheffer.

Rivana Ricarte apresentou detalhes da atuação do 1º turno e das preparações para o 2º turno. Um dos destaques mencionados foram as visitas das Associações Estaduais e do DF aos Tribunais Regionais Eleitorais e as inserções na imprensa sobre o tema.

“A ANADEP compreende que a iniciativa traz o olhar da Defensoria Pública sobre o processo eleitoral e contribui para o aprimoramento do sistema. Concluímos essa primeira etapa das eleições celebrando o sistema eleitoral como instrumento de expressão da Democracia, e reconhecendo a importância dos mecanismos eleitorais para a preservação da segurança jurídica e da dignidade da pessoa humana”, pontua a dirigente.

Também foi debatido o tema para a campanha nacional para 2023. “Levei a proposta do nosso associado Fernando Redede Rodrigues, Coordenador do Núcleo Especializado da Infância e Juventudedo Paraná, que sugere que demos prioridade à pauta de proteção à infância”, contou a Presidenta Jeniffer Scheffer.

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ANADEP divulga relatório parcial das Missões de Observação Eleitoral

A Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (ANADEP) divulgou, nessa quarta-feira (5/10), o relatório parcial sobre o trabalho realizado pela entidade no âmbito das Missões de Observação Eleitoral (MOEs). O documento foi entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Entre os estados que receberam as MOEs-ANADEP, estão: Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
Para desempenhar este papel em âmbito nacional, 71 defensores(as) públicos(as) foram credenciados(as). Dos dados já consolidados, o grupo visitou mais de 300 seções eleitorais em 20 estados e no Distrito Federal. De acordo com os dados preliminares, houve a aplicação de cerca de 584 questionários, sendo 383 aos eleitores, 128 aos mesários e 73 aos integrantes das forças de segurança pública. Os (as) observadores(as) puderam ainda constatar os procedimentos preparatórios, a abertura das mesas, a presença das autoridades de mesa e a impressão da zerésima.
Em suma, a Missão afirma que, de modo geral, a votação do 1º turno transcorreu sem incidentes graves relacionados às urnas eletrônicas.
Os principais pontos elencados pelos(as) observadores(as), estão:
• Seções eleitorais com muitos(as) eleitores(as), mesmo sem a devida capacidade para receber um alto número de pessoas;
• Falta de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida em alguns colégios eleitorais. No estado da Bahia, por exemplo, foi constatado que uma eleitora com mobilidade reduzida deixou de votar pela falta de acessibilidade na sua seção;
• Falta de equipe para prestar as informações solicitadas pelos(as) eleitores(as);
• Ausência de lista com os nomes dos(as) eleitores(as) e suas seções dificultando eleitores(as) a localizar sua seção;
• Atraso na votação devido a dificuldades na leitura da biometria de alguns(algumas) eleitores(as);
• Ausência de agentes de segurança pública em algumas seções eleitorais;
• Material de campanha próximo aos locais de votação e episódios de suspeita de boca de urna, mas nada que aponte abalo à normalidade;
• Falha no sistema de transmissão de dados em algumas localidades sendo necessário que a urna fosse levada ao TRE local;
• Não houve episódios graves de violência em relação à segurança de eleitores(as), mesários(as), candidatos(as) ou autoridades;
• A proibição do uso de celular nas cabines de votação e a unificação do horário de votação no país contribuíram positivamente para o desenrolar do processo eleitoral.
• Os(As) observadores(as) da ANADEP ainda visitaram unidades socioeducativas no estado do Ceará e uma unidade penitenciária de presos provisórios, no Rio Grande do Sul e saúdam ao TSE pela iniciativa.
Perfil e informação:
Dentre as pessoas entrevistadas, cujos dados já foram contabilizados, 235 eram brancas, 103 pretas, 226 pardas, 15 amarelas e 4 indígenas. Vinte e quatro pessoas possuíam alguma deficiência.
Em relação aos meios de comunicação, a Missão observou que a maior parte dos entrevistados apontou a internet, a televisão e o aplicativo Whatsapp como maiores fontes de informação sobre as eleições.
A presidenta da ANADEP, Rivana Ricarte, explica que a participação da ANADEP nas Missões de Observação Eleitoral, com apoio dos defensores estaduais e das Associações Estaduais e do DF, foi pioneira. “A ANADEP compreende que a iniciativa traz o olhar da Defensoria Pública sobre o processo eleitoral e contribui para o aprimoramento do sistema. Concluímos essa primeira etapa das eleições celebrando o sistema eleitoral como instrumento de expressão da Democracia, e reconhecendo a importância dos mecanismos eleitorais para a preservação da segurança jurídica e da dignidade da pessoa humana”, pontua a dirigente.
O relatório final da MOE-ANADEP será compilado com os dados do 1º e 2º turnos, e enviado ao TSE após a cerimônia de posse dos parlamentares, em fevereiro de 2023.
Sobre as Missões de Observação Eleitoral Nacional (MOEs)
As MOEs (Missões de Observação Eleitoral Nacionais), disciplinadas pela Resolução n. 23.678/2021 buscam demonstrar total transparência da Justiça Eleitoral. Entre os objetivos do projeto com as entidades, estão: “ampliar a transparência e a integridade, bem como fortalecer a confiança pública nas eleições.
Entre as organizações nacionais que participaram das MOEs, além da ANADEP, estão: Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD); Associação Juízes para a Democracia (AJD); Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE); Sociedade de Ensino Superior de Vitória (Faculdade de Direito de Vitória – FDV); Transparência Eleitoral Brasil; Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ;) e Universidade de São Paulo (USP).
Clique aqui e leia matéria na coluna Mônica Bergamo sobre o tema.

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A ADEPAR participa do Projeto Execução Penal na Voz da Comunidade

A ADEPAR está participando do Projeto Execução Penal na Voz da Comunidade, iniciativa desenvolvida pela Defensoria Pública do Paraná (DPE-PR), por meio da Defensora Pública Andreza Lima de Menezes, Coordenadora do Núcleo da Política Criminal e da Execução Penal.

O projeto tem como objetivo dar voz às pessoas privadas de liberdade e seus familiares produzindo materiais audiovisuais que utilizem a linguagem dos assistidos.

“A ideia é que os assistidos atendidos pela DPE-PR falem sobre a sua realidade e que a gente posso tirar as dúvidas dos familiares sobre o sistema prisional utilizando a a linguagem deles, que é muito distante da linguagem do ‘jurisdiquês’ que estamos acostumados”, explica Menezes, que coordenadora do projeto.

Com isso, o projeto espera criar um formato que possibilite a reprodução do material em caráter permanente, para que seja possível informar e atingir mais pessoas, de forma contínua.

A ADEPAR irá auxiliar na primeira fase do projeto custeando alimentação e transporte de familiares e voluntários. Esta etapa irá mapear e levantar as dúvidas e temas mais frequentes dessa população, para então partir para a produção do material.

Os encontros da primeira fase acontecem no mês de setembro.

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