Uma professora ficou preocupada com a atitude de um aluno, M* de 4 anos, que ao brincar com seus colegas propôs uma simulação de ato sexual entre dois bonecos. Segundo a professora, ao ser questionada, a criança relatou que os brinquedos eram seus amigos e que toda noite pediam para ela tirar a roupa e dormir, e que mais tarde, ao acordar, a fada mágica a vestiria. A professora achou o relato um pouco confuso mas possivelmente carregado de simbolismos que mereceriam leitura e interpretação.
Este foi um dos exemplos apresentados na palestra “Depoimento especial de crianças e adolescentes vítimas de violência e o papel da Defensoria Pública”, ministrada pelos Defensores Públicos do Paraná Fernando Redede, Ana Paula Gamero, e a psicóloga da DPPR (Defensoria Pública do Paraná) Nayanne Freire.
No encontro, os Defensores e a psicóloga explicaram a proposta da escuta qualificada desenvolvida como mecanismo de compreensão da lógica infantil para coletar, de forma mais completa e verídica, o depoimento de crianças e adolescentes que sofreram algum tipo agressão.
Os palestrantes, ao relatarem experiências de casos reais, mostravam as peculiaridades da faixa etária de cada criança, a relevância do ambiente em que a testemunha irá contar o ocorrido e a importância de profissionais qualificados e devidamente treinados exercerem o papel de entrevistadores.
O evento foi promovido pela Edepar (Escola da Defensoria Pública do Estado do Paraná), com o apoio da Adepar (Associação dos Defensores Públicos do Paraná), e aconteceu durante a tarde do dia 2 de dezembro, na DPPR.
Em breve o vídeo da palestra estará na Área Restrita do site da Adepar.