Na última sexta-feira, dia 26 de março, a ADEPAR (Associação das Defensoras Públicas e Defensores Públicos do Paraná), a Assedepar (Associação dos Servidores da Defensoria Pública do Estado do Paraná) e a Ouvidoria externa da DPE-PR promoveram a live “Mulheres: Pluralidades e Vulnerabilidades – Pandemia vs Violência”.
O evento on-line contou com a participação da defensora pública do Paraná Talita Devós Faleiros; da psicóloga da DPE-PR Jessica Paula da Silva Mendes; da ativista, coordenadora da CUFA e fundadora do Conexões Londrina, Lua Gomes; e da Integrante do Coletivo Unificar e da Frente Trans Paraná, Renata Borges. A mediação foi feita pela presidenta da ADEPAR, Ana Caroline Teixeira.
Durante o evento, as participantes debateram sobre machismo, violência de gênero e políticas públicas.
A defensora pública do Paraná Talita falou sobre os aspectos da sua atuação com relação aos atendimentos de casos de violência doméstica, com a finalidade de trazer questões da vítima e também do agressor.
“A intenção é reconhecer esse agressor como um péssimo resultado do machismo estrutural da nossa sociedade. Analisando os envolvidos nos episódios de violência doméstica, é possível verificar que a falta de percepção do agressor homem e a construção e naturalidade do machismo dão para este homem uma razoabilidade para o seu discurso”.
Já a psicóloga Jéssica acrescentou à discussão questões sobre os desafios que são impostos para a Defensoria Pública enquanto instituição garantidora do acesso à justiça.
“O acesso à justiça é um meio importante e necessário de enfrentamento das desigualdades de gênero e dessas relações problemáticas que vão se consolidando no âmbito de uma sociedade patriarcal. Os desafios da Defensoria enquanto política pública de acesso à justiça são de duas naturezas: sociais que dizem respeito à falta de conhecimento das pessoas sobre os seus direitos; e os de natureza institucional que seria a importância da qualificação dentro da instituição”.
A integrante do Coletivo Unificar e da Frente Trans Paraná Renata trouxe para o debate questões sobre a diversidade feminina e políticas públicas.
“Temos que lutar contra todo um sistema opressor. Falar de mulheres é falar sobre violência e também sobre um Estado que precisa ser questionado e desenvolver políticas públicas voltadas para todas as mulheres. Nós temos que desestruturar todo esse sistema político e questionar a representatividade política das mulheres”.
Por fim, a coordenadora da CUFA e fundadora do Conexões Londrina Lua ressaltou a importância da liberdade econômica para as mulheres.
“A liberdade e a autonomia econômica da mulher é o primeiro passo para uma libertação social em que essa mulher vai conseguir compreender melhor o mundo e lutar pelas suas próprias causas”.
Lua também destacou a questão da humanização de quem recebe as vítimas de violência e ainda falou sobre o machismo que as próprias mulheres perpetuam.