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Práticas inscritas no I Concurso de Práticas Defensoriais: 8 de 13

Prática 8 de 13

Título: “Formação de recrutas da aeronáutica: informar, prevenir e multiplicar”.

Autoras: Flora Vaz Cardoso Pinheiro, Luciana Tramujas Azevedo Bueno e Martina Reiniger Olivero (defensoras públicas)

Janaine Priscila Nunes dos Santos e Tamires Caroline de Oliveira (assistentes sociais da DPE-PR)

Jéssica Paula Silva Mendes (psicóloga da DPE-PR)

“O projeto começou em 2017 a partir do convite da equipe de assistência social do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II), que tem uma equipe multidisciplinar com assistente social e psicóloga. Essa equipe realiza para os recrutas que acabam de entrar na aeronáutica um curso de formação ética e humana. Dentre os temas discutidos está a violência doméstica, por isso recebemos o convite para participar como representantes da Casa da Mulher Brasileira”, explicou Janaine. 

“A proposta de realização de oficinas sobre violência doméstica e familiar contra a mulher, realizadas com os recrutas, tem como objetivo contribuir para uma formação militar que se dê sob o enfoque das relações de gênero. Pretende-se garantir um espaço de reflexão acerca das relações que, tradicionalmente, se constroem de forma diferente para homens e para mulheres militares, legitimando a divisão social dos papéis sexuais. Trata-se de uma intervenção pautada na educação em direitos que, por sua vez, representa um potente mecanismo de prevenção à violência de gênero”, acrescentou Jéssica.  

“Trabalhamos os conceitos do que é gênero e patriarcado. Procuramos explicações bem objetivas e didáticas sobre a  violência contra a mulher e a Lei Maria da Penha”, complementou Janaine. 

“Esse projeto é uma parceria permanente, sempre que novos recrutas ingressam na aeronauta nós realizamos a oficina. Desde 2017 foram realizadas cerca de quatro oficinas com mais de 200 recrutas. Esse ano, em novembro, realizamos mais uma oficina na modalidade on-line por causa da pandemia”, concluiu.  

“Participei de algumas edições do curso e avalio que a prática é de extrema relevância por oportunizar a educação em direitos para jovens homens que irão ocupar espaços em que o machismo prepondera. A interdisciplinaridade do curso também permite que o debate não se restrinja a questões jurídicas e traga elementos acerca da questão de gênero e das relações sociais. A participação dos recrutas é sempre surpreendente, com intervenções e, principalmente, questionamentos acerca de fatos vivenciados”, destacou Luciana. 

“Por fim, destaco que a aproximação com a instituição é importante para que em casos de violência doméstica realizem os encaminhamento correto, permitindo o melhor atendimento para a mulher”, finalizou. 

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